quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Critica de Lobato

Por: Kátia Bromel

O artigo "A Propósito da Exposição Malfatti", de Monteiro Lobato, foi publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 20 de dezembro de 1917. Este texto foi responsável pelo início da polêmica que afastaria os modernistas de Lobato.
No texto, Monteiro Lobato começa fazendo uma comparação entre os mestres clássicos da arte, os que veem normalmente as coisas, e os modernistas, que veem anormalmente. Segundo ele, os novos artistas eram fruto de decadência, sendo chamados de "frutos de fins de estação, bichados ao nascedouro".
Lobato critica o que era considerado novo para a época, diz que nada é mais velho de que a arte anormal. O anormal, sendo aceito nos manicômios pelo autor, é considerado sem sinceridade e lógica quando feito pelos modernistas. As senasações do mundo externmo são sentidas e transformadas em impressões cerebrais, e para que possamos sentir o mundo de forma cubista ou futurista, é preciso que o cérebro esteja com um "pane" por alguma grave lesão. Enquanto sentir anormalmente o mundo, um artista não poderá interpretar as coisas sem ser um "amontoado de cubos transparentes".
Em seguida, Lobato fala de Anita Malfatti, o que causou muita polêmica ao criticar a exposição feita pela artista durante a Semana de Arte Moderna. Apesar das críticas, ele reconhece as qualidades da artistas, elogiando seu talento e originalidade. Porém, Malfatti teria sido seduzida pela arte moderna, e "põe todo o seu talento a serviço duma nova espécie de caricatura". Assim lobato chama o futurismo, o cubismo e o impressionismo de arte caricatural. "Caricatura da cor, caricatura da forma - caricatura que não visa, como a primitiva, ressaltar uma idéia cômica, mas sim desnortear, aparvalhar o espectador".
Monteiro Lobato chega a criticar outros críticos, que conseguem enxergar nas telas as intenções do artista. Elogia artistas como Rodin, André Zorn, Brangwyn e Paul Chabas, dizendo que estes já eram modernos.

Caracterizando!

Por: Bárbara Demarchi

O cubismo, arte que demonstra o que normalmente não imaginamos, possui características individuais como seguimento artístico. Entre essas características podemos citar:
- A demonstração dos objetos escolhidos é feita em cubos
- Descreve a natureza morta com poucas cores, tendo contrastes e sombras marcantes
- Não utiliza a perspectiva
- Os desenhos, dominados pro formas geométricas são sobrepostos.

Esta arte que teve grande influencia de Cézanne, também se relaciona com as teoria de Eistein que conclui que é impossível definir um movimento em todos os seus padrões e formas.

O auge dos autores cubistas


Por: Nikolas Alvarenga

O movimento cubista não existiria se não tiver obras que representam o próprio movimento. Um dos mais famosos são Pablo Picasso com o seu Guernica, um impressionante quadro que representa o sofrimento do bombardeio. Tarsila de Amaral e Georges Braque são os mais destacados no movimento.

Pablo Picasso - (1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.
Principal obra: “Guernica”



A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da pequena cidade espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas, animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã (Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de Francisco Franco.
Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação monocromática do fato.
Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de uma bomba explodindo.
Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os que vissem, o que ele estava sentindo, um vazio por dentro de si, um conflito, uma guerra consigo mesmo buscando resposta para sua vida amorosa , e toda vez que ele via o quadro, pensava consigo mesmo, será que o meu problema é maior que essa guerra, ou tem mais importância para os outros, e naquele momento ele conseguia esquecer. O que para nós demonstra uma grande preocupação por parte do autor do mesmo.




Georges Braque - (1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e cores puras (fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra, durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura.
Principal obra: “Man with a guitar”


Braque pintou Homem com uma guitarra em um modo que veio a ser chamado Cubismo Analítico. Em obras criadas neste estilo, ele e Pablo Picasso experimentou com diferentes tipos de representação para desafiar a ortodoxia do espaço ilusionista na pintura.

Tarsila do Amaral - (1886 - 1973) Aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em outubro 1923, Tarsila absorveu do mestre sua característica síntese geométrica. Também próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, com ele a pintora paulista aprendeu a estruturar o quadro, sem figuração, não planos ou recortes de figuras dispostas, mas planos interligados, integrados. Ao contrário da experiência relâmpago com Léger, a passagem pelo ateliê de Gleizes foi mais duradoura e marcante na sua obra posterior. De volta do Brasil, em dezembro de 1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma pintora cubista “movimento que nasceu com a fragmentação da forma”. Era, pois, a continuação do impressionismo “a fragmentação da cor”. “Estou ligada a esse movimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”, disse ela ao jornal em reportagem publicada no dia de Natal.
Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a uma fase chamada Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.

Principal obra: Operários

O quadro Operários foi pintado em um momento em que Tarsila esteve ligada politicamente ao comunismo. No início dos anos 30 Tarsila esteve na União Soviética e participou de reuniões do Partido Comunista Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se presentes em duas de suas obras: Operários e Segunda Classe (1933).
Essa obra tem relação com outra de extrema importância para a história de Tarsila, o Segunda Classe.


Ambas as telas ilustram o momento politico e social brasileiro do início dos anos 30: industrialização, migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial e de uma classe de trabalhadores marginalizada e explorada.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Cézanne, Braque ou Picasso?



Por :Giovane Caruso

Se Cézanne é o pai do cubismo, Georges Braque e Pablo Picasso conseguiram a guarda dessa criança tão intuitiva e abstrata. Cézanne foi um pintor francês pós-impressionista que acreditava que a pintura devia ter formas da natureza, só que geometricamente, algo que, de certa maneira, caracteriza o cubismo. Mas ele é mais encarado como uma ponte entre o impressionismo, movimento característico do século XIX, e o próprio cubismo, que se deu no século XX, do que o criador do movimento. Na verdade, o quadro que inovou e acabou por marcar o inicio do movimento foi Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, pintor e escultor que, junto com o também pintor e escultor Georges Braque, fundou o Cubismo. Os dois foram mais longe que Cézanne, ao representarem objetos com todas suas partes em um mesmo plano, sem estabelecer nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas e assim, seguindo a lição do grande precursor do movimento, deram inicio à geometrização dos elementos da paisagem.
Foi o comentário de Matisse sobre um quadro de Braque que deu nome ao movimento. O desenhista, gravurista, escultor francês e membro do júri do são de Outono de 1908 na ocasião, comentou sobre a obra de Georges :“Ele despreza as formas, reduz tudo, sítios, figuras e casas, a esquemas geométricos, a cubos”. A frase, pública em um artigo dias depois, nomeou o estilo como cubista.

Picasso, como se não bastasse inaugurar o movimento artístico, foi responsável pelo quadro que se tornou o mais popular e talvez até o mais importante do contexto cubista. A obra Guernica, mostrada pela primeira vez na Exposição Internacional de Paris, em 1937, foi uma denúncia contra as mortes que estavam destruindo a Espanha na terrível Guerra Civil (1936-39). Em plena luz do dia, os aviões nazistas, sob as ordens do general Franco, atacaram a cidade Espanhola, matando 1654 dos seus 7 mil habitantes e deixando 889 feridos. A intenção social deste quadro dialoga com uma das principais frases do pintor sobre o cubismo, “Braque sempre disse que na pintura só conta a intenção. É verdade. O que conta é aquilo que se faz. É isso o importante. O que era afinal o mais importante no cubismo, era aquilo que se queria fazer, a intenção que se tinha. E isso não se pode pintar”.




   (Quadro Guernica de Pablo Picasso)

Afinal, o que é Cubismo?

Por: Vinicius Tavares

O Cubismo é um movimento artístico do século XX(1907 a 1914). que originou-se nas artes plásticas e chegou até a literatura e a poesia. Teve como seus fundadores George Braque e Pablo Picasso cuja obra "Les demoiselles d'Avignon” foi conhecida como o ponto inicial do movimento.
Ele retrata tudo da natureza por meio das formas geométricas, ou seja, a representação do mundo não tem mais nenhum compromisso com a aparência de como realmente é, e sim de um forma mais abstrata. E fundamentalmente utiliza-se a luz e a sombra.
O movimento é divido em duas fases:
Cubismo analítico surgiu em 1909, foi marcado pela péssima distribuição de formas pela imagem, criando algo bem abstrato. E também há a diminuição nas cores nos retratos apenas para castanho, preto, bege e cinza.
Cubismo Sintético surgiu em 1911, buscou mostrar a realidade com mais clareza, ao invés do Cubismo Analítico, em que as imagens eram colocadas de forma mais aleatórias. Nisso os pintores cubistas desta época, tentam retratar objetos do cotidiano, e mesclando palavras em suas obras.