Por: Nikolas Alvarenga
O movimento cubista não existiria se não tiver obras que
representam o próprio movimento. Um dos mais famosos são Pablo Picasso com o
seu Guernica, um impressionante quadro que representa o sofrimento do
bombardeio. Tarsila de Amaral e Georges Braque são os mais destacados no
movimento.
Pablo Picasso -
(1881-1973) Tendo vivido 92 anos e pintado desde muito jovem até próximo à sua
morte passou por diversas fases: a fase Azul, entre 1901-1904, que representa a
tristeza e o isolamento provocados pelo suicídio de Casagemas, seu amigo, são
evidenciados pela monocromia e também a representa a miséria e o desespero
humanos; a fase Rosa, entre 1904-1907, o amor por Fernande origina muitos
desenhos sensuais e eróticos, com a paixão de Picasso pelo circo, iniciam-se os
ciclos dos saltimbancos e do arlequim. Depois de descobrir as artes primitivas
e africanas compreende que o artista negro não pinta ou esculpi de acordo com a
tendência de um determinado movimento estético, mas com uma liberdade muito
maior. Picasso desenvolveu uma verdadeira revolução na arte. Em 1907, com a
obra Les Demoiselles d’Avignon começa a elaborar a estética cubista que, como
vimos anteriormente, se fundamenta na destruição de harmonia clássica das
figuras e na decomposição da realidade, essa tela subverteu o sentido da arte
moderna com a declaração de guerra em 1914, chega ao fim a aventura cubista.
Principal obra: “Guernica”
A pintura foi feita com o uso das cores preto e branco - algo
que demonstrava o sentimento de repúdio do artista ao bombardeio da pequena
cidade espanhola. Claramente em estilo cubista, Picasso retrata pessoas,
animais e edifícios nascidos pelo intenso bombardeio da força aérea alemã
(Luftwaffe), já sob o controle de Hitler, aliado de Francisco Franco.
Morando em Paris, o artista soube dos fatos desumanos e brutais
através de jornais - e daí supõe-se tenha saído a inspiração para a retratação
monocromática do fato.
Sua composição retrata as figuras ao estilo dos frisos dos
templos gregos, através de um enquadramento triangular das mesmas. O
posicionamento diagonal da cabeça feminina, olhando para a esquerda, remete o
observador a dirigir também seu olhar da direita para a esquerda, até o lampião
trazido ainda aceso sobre um braço decepado e, finalmente, à representação de
uma bomba explodindo.
Esse quadro foi feito também com o objetivo de passar para os
que vissem, o que ele estava sentindo, um vazio por dentro de si, um conflito,
uma guerra consigo mesmo buscando resposta para sua vida amorosa , e toda vez
que ele via o quadro, pensava consigo mesmo, será que o meu problema é maior
que essa guerra, ou tem mais importância para os outros, e naquele momento ele
conseguia esquecer. O que para nós demonstra uma grande preocupação por parte
do autor do mesmo.
Georges Braque -
(1882-1963, 81 anos) Foi um pintor e escultor francês que juntamente com Pablo
Picasso inventaram o Cubismo. Braque iniciou a sua ligação as cores, na empresa
de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada
em Le Havre, mas no ano de 1889, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão
dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e
cores puras (fovismo). No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu
quase diariamente até que em 1914 devido a Grande Guerra se separaram. Braque
foi mobilizado e ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de
Guerra e da Legião de Honra, durante dois anos, devido ao ferimento esteve
afastado da pintura.
Principal obra: “Man with a guitar”
Braque
pintou Homem com uma guitarra em um modo que veio a ser chamado Cubismo
Analítico. Em obras criadas neste estilo, ele e Pablo Picasso experimentou com
diferentes tipos de representação para desafiar a ortodoxia do espaço ilusionista
na pintura.
Tarsila do Amaral -
(1886 - 1973) Aluna de seu amigo Fernand Léger por apenas algumas semanas em
outubro 1923, Tarsila absorveu do mestre sua característica síntese geométrica.
Também próxima de outro cubista, este mais militante, Gleizes, com ele a
pintora paulista aprendeu a estruturar o quadro, sem figuração, não planos ou
recortes de figuras dispostas, mas planos interligados, integrados. Ao
contrário da experiência relâmpago com Léger, a passagem pelo ateliê de Gleizes
foi mais duradoura e marcante na sua obra posterior. De volta do Brasil, em
dezembro de 1923, dá entrevista ao Correio da Manhã em que se autodenomina uma
pintora cubista “movimento que nasceu com a fragmentação da forma”. Era, pois,
a continuação do impressionismo “a fragmentação da cor”. “Estou ligada a esse
movimento que tem produzido efeitos nas indústrias, no mobiliário, na moda, nos
brinquedos, nos 4 mil expositores do Salão de Outono e dos Independentes”,
disse ela ao jornal em reportagem publicada no dia de Natal.
Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a uma fase chamada Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.
Apesar de não ter exposto na Semana de 22, colaborou decisivamente para o desenvolvimento da arte moderna brasileira, pois produziu um conjunto de obras indicadoras de novos rumos. Em 1923, quando esteve na Europa manteve contato com artistas europeus, além de Léger, Picasso, De Chirico e Brancussi. Em 1928, deu início a uma fase chamada Antropofágica. A essa fase pertence a tela Abaporu cujo nome, segundo a artista é de origem indígena e significa “Antropófago”. Também usou de temática social nos seus quadros como na tela Operários.
Principal obra: Operários
O quadro Operários foi pintado em um
momento em que Tarsila esteve ligada politicamente ao comunismo. No início dos
anos 30 Tarsila esteve na União Soviética e participou de reuniões do Partido
Comunista Brasileiro. Nesta época, a política e a temática do trabalho fizeram-se
presentes em duas de suas obras: Operários e Segunda
Classe (1933).
Essa obra tem relação com outra de extrema importância para a
história de Tarsila, o Segunda Classe.
Ambas as telas ilustram o momento politico e social brasileiro
do início dos anos 30: industrialização, migração de trabalhadores,
consolidação do capitalismo industrial e de uma classe de trabalhadores
marginalizada e explorada.
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